9/04/2006


EUTANÁSIA: Presente para os mal agradecidos


Após uma discussão em sala de aula, com os amigos da faculdade de jornalismo, sobre a eutanásia, comecei a pensar seriamente sobre essa prática do ser humano. Defensor da teoria de que “o homem é livre e dono de si mesmo” não percebia tamanha crueldade dessa ambição do homem. Todos os seres humanos são transformadores um da vida do outro. Um ser humano que escolher por morrer bem, deixa claro que não sabe saborear os prazeres da vida.

Muito antes do período medieval, a Eutanásia já era uma das práticas realizadas pelo homem. A ambição do homo sapiens, que se sente no direito de até na hora da morte escolher o que é melhor, torna este assunto uma eterna discussão em todas as camadas da sociedade.

O homem durante sua evolução como animal racional, criou alguns princípios para o convívio em sociedade, um deles a preservação da vida. Porém, as cabeças pensantes que surgiram desde este princípio até os dias de hoje, passaram a questionar se não lhes era direito ter controle sobre sua própria vida.

Com o homem surgiram também as religiões e seus mestres supremos. No ocidente, todas as religiões, vão de encontro à eutanásia, pois ela é uma violência contra a vida. No entanto, familiares e pacientes em fase terminal nos grandes hospitais, sempre cogitam a possibilidade de desligar os aparelhos, para que não haja mais sofrimento.

A discussão à cerca da eutanásia não deve ser o direito à boa morte como sempre se discute, mas sim as condições que o homem se encontra no dias de hoje, principalmente quando se fala em ética. Será possível controlar os profissionais da área hospitalar do mundo? Inclusive do Brasil? Ou melhor, qualquer profissional que diz submetido ao juramento e ao código de ética da profissão? Pela nossa experiência é fácil dizer: NÃO!

A corrupção está presente nas mais impensáveis profissões de nossa sociedade. Então como cidadãos e não estamos alienados, temos a absoluta certeza de que a eutanásia não daria certo em nosso país. Como liberar a prática da eutanásia se não temos controle nem dos deveres mais humano como o de dar de comer a quem tem fome, ou seja, ajudar o próximo? Hoje, um mercado subversivo ronda os hospitais de todo país. Imaginem quantas pessoas supostamente morreriam após optar pela eutanásia, para que seus órgãos pudessem ser liberados para a “doação a preço de custo”. Uma possível liberação da eutanásia, baseada nas leis de sobrevivência atual, iria acarretar em mais uma prática ilícita na sociedade, o tráfico de órgãos e tecidos, que já existe, mas não é divulgado pela grande mídia.

O homem, em primeiro lugar, deve reavaliar seus conceitos como ser humano, a eutanásia vem como a comprovação de que viver não vale a pena! Uma pessoa tetraplégica não pode desvalorizar todos os seus momentos vividos anteriormente. Podemos transformar a vida das pessoas mesmo estando com o nosso corpo limitado. A transformação física pode ser ruim, mas a dedicação das pessoas que cuidam de um doente físico é transformadora.

As atribuições diversas, dadas aos homens pelos próprios homens, fazem com que as pessoas pensem que morrer é uma fuga, não que a morte seja algo ruim, mas ela deve ser encarada como estímulo para que a busca pela vida seja incessante. É difícil acreditar que o homem chega a descartar sua própria existência, mas não podemos nos espantar, já que há tantos anos as pessoas morrem de fome, vivem em constantes guerras e dificilmente levantam uma das mãos para ajudar, isso sim é o fim.