4/07/2008

Oscar Niemeyer

A meta me leva ao fim que
Inicia a reta que ultrapassa
A ilusão de ótica que rabisca
A rota com sua corda reta é
Presa na nota certa do diapasão

A porta incerta
O vácuo certo
Põe a proposta na exatidão
Dos pensamentos leigos
Da idéia concreta
De um sonho bom

O desafio é grande
O final pode ser visível
Pois a partida é longa
E leva ao fim possível.

Fases de mim

Não sei ao menos falar,
Quero tocar os seios,
Olhar o nada que me convém.
Despertar na madrugada
E ser perturbador o quanto puder
Pois, pra você, não sei de nada.

Posso, faço, tudo quero,
Imploro, ignoro e meço,
São não peço desculpas.
Encano, pego, em desespero,
Choro e sempre me entrego,
Pra no fim sempre gritar!

Por não tentar, estou aqui.
Rindo de mim e cansado de ser.
É chegada a hora de celebrar,
As bocas que beijei e não quis amar,
O amor que partiu sem dize o porquê
E, depois de saber todos os segredos do mundo
Cair no chão pra depois voar...

qualquer coisa 2

O tempo é bom
A cachaça é da boa
Então vamos ficar
Não tenho preguiça
Pegue o violão
Que inicio o cantar
Não há recompensa maior
Que a música feita em Dó
Mas, não insisto no erro
Se for pra mudar
Que mude pra Sol

O canto é alegre
O dia que segue
E a noite pede pra entrar
Não tenho preguiça
O copo está cheio
É só me deixar cantar
Apague essa luz
A lua é de prata
E quer iluminar
O canto imperfeito
Do tolo e do alheio
Que busca uma alma
Pra poder enfeitar.

Urbano

Andando...
Pensando...
Como tantas pessoas correm ao mesmo tempo?
São destinos, são pepinos e coisas que só um olho vê.
O seu refúgio lar, se torna preso no tempo.
Da condução coletiva, que barulhenta vai...
E quando chega o ponto
O final será igual ao de ontem
Uma mescla de guerra e paz
Algo sentido, mas não compreendido.
É o cansaço celebrando a vida
E o corpo pede pra deitar
E sonhando...
Dormindo...
No sonho, penso:Como tantas pessoas correm ao mesmo tempo?

25/12/2007

Corro por todos os cantos
Para fugir desse branco vazio
A solidão de dois
O perdão depois
Os mesmos velhos e inacabáveis “ois”
As esquinas marcadas
Pela cinza do teu vício
São referências para o meu descontrole
Não posso mais, não sou capaz
De te esperar por anos luz
Quero queimar a lembrança
Esquecer as revelações
Tarjar as fotos.
Esquecer você.

Para você

Uma noite
Não é pressão
Mas mata
Meu descontrole
Vontade insaciável de tocar
Não é tesão
Mas pode ser tudo
O deslize (o coito)
Vontade incessante de pegar
Não é real
São apenas espaços
Uma fronteira
Vontade incalculável de chegar
Por que não você?
Quero qualquer nota
Quero te ouvir
Quero sumir
Quero gozar
Quero Cê

No mar

Faça de conta que não viu
Você não sabe minha história
O meu primeiro gesto, minha boca,
Não podem lhe dar a certeza
Do que a minha mente quer

Diga o que você quer
Se não é minha razão, então o que é?
O meu amor não é tão fácil assim
Não é acertando o alvo que chegará a mim
É preciso mais, é preciso de paz!

coisas que pensei

Tenho saudade
Das coisas que quero sentir
Como o primeiro beijo
A primeira briga
A primeira culpa
E depois o perdão

De você aqui
Me fazer sorrir
E depois partir
Pra me levar dali
E depois voltar

Tenho vontade
Das coisas que não vivi
O primeiro abraço
O mesmo bom dia
O gostoso afago
E depois dormir

Tenho lembranças de você
Dos minutos de calor a dois
Dos telefonemas deixados pra depois
O barulho intenso do teu amor
E depois acordar


Dei passos largos, corri, mas não achei
A aflição do tempo
E mais uma vez
O medo de perder
O tempo não corre para mim
O vento corre contra mim
O passo largo que não chega
Paro o tempo se for preciso
Mas chego até você

qualquer coisa 1

Curvas que amaciam meu corpo cansado
Sonho em te ter nu, simples para ceder
Tua alma limpa e sedenta de prazer
Com a tua boca muda, quero falar de amor

Quanto te encontrei parado, não pensei
Que seria tão anormal a sensação
O frio, a tremedeira e a minha insegurança
Mandaram de vez embora a solidão

Gostaria de ser você
Tão calmo e tão feliz, sempre
Espera as novidades de sua juventude
Fica calado para entender o pecado
És puro demais para ser realTeu calor, meu mau

qualquer coisa

Você, a andar, a pensar, a agradecer
A dizer que o tempo não parou e a querer
Mais um motivo, causa ou razão para sorrir
Conquistou o mundo, mas não será hora de assumir?

Que é preciso a lágrima para querer o riso
É preciso a chuva para nascer àquela flor
È certo ter a paz, quando souber dar o amor
É acreditar no sonho e não dormir na dor

O mundo não aceita os fracos
O homem não vive apenas de um passo
O destino não é sempre fatoO seu vício não é apenas seu cigarro

Intervenções

Intervenções urbanas são pressões artísticas
Necessidade de se libertar
Tráfego aéreo, tráfico humano
Rotas ciganas que nos levam a pensar

A pirataria humana está a meio passo
E a mercadoria, hã, está fechando o risco do compasso
Seu engano será aquele mero acaso
Seu olhar iludido será o preço do mercado

Arte pública em espaço público
A expressão é contrária do que se tenta criar
O falso-original na banca de jornal
A máquina prensa e presa quer ganhar

Anoites

Das noites gritantes ao dia escaldante
Minha mente pende pra calmaria
Minha alma implora para cantar
O velho gosto das bocas cruas

As perdidas rodas de idéias
Mesclam-se a inaladas brancas
E o branco faz perder a cor
E as velhas rodas esquecerem do amor

As noites de insônia geradaGeração, juventude, trans-viados